Histórico dos Eventos da Ecotoxicologia
As reuniões específicas voltadas para a temática da Ecotoxicologia, em conjunto com a Química Ambiental, tiveram início no Brasil em 1991, quando a PETROBRAS promoveu o 1° Encontro Técnico de Ecotoxicologia, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), reunindo os diversos laboratórios para a apresentação dos resultados obtidos em diferentes unidades de pesquisa do país. Em 1992, ocorreu o I Encontro de Ecotoxicologia, promovido nas dependências da Riocell S.A., em Guaíba (RS), uma indústria de papel e celulose que utilizava testes de toxicidade no controle de efluentes.
O entusiasmo dos que participaram deste encontro determinou a sua segunda edição em 1993, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), cidade do Rio Grande (RS).
Em 1994 o evento foi organizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e passou a ser denominado de Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia (ECOTOX), com periodicidade bianual, ampliando a participação para congressistas nacionais e internacionais, o que incluiu outros países da América Latina, Estados Unidos e alguns países da Europa, como França e Portugal. Após o IV ECOTOX, ocorrido em Salvador (BA) em 1996, um importante marco histórico foi o V ECOTOX, realizado em 1998, em Itajaí (SC), o qual foi organizado pela UNIVALI e reuniu um público de 400 participantes, incluindo representantes da Society of Environmental Toxicology and Chemistry (SETAC). Neste evento foi realizada uma discussão mais ampla sobre a institucionalização da Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (ECOTOX BRASIL), além da sua inserção em nível internacional, em setembro de 2000 a Sociedade foi oficializada. Neste mesmo ano foi realizado o VI ECOTOX em São Carlos (SP), concomitantemente ao III Congresso Latinoamericano de Ecotoxicologia e, em 2002, o congresso (VII ECOTOX) foi realizado em Vitória (ES), onde se definiu, entre outros pontos importantes, a criação de um meio de divulgação da ECOTOX BRASIL.
Esta discussão culminou na estruturação da revista da Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia, lançada no evento de 2006, bem como o estabelecimento de workshops, com intervalo bianual, para discussão de temas importantes dentro da Ecotoxicologia.
No congresso ocorrido em Florianópolis (SC) (VIII ECOTOX), em 2004, foi possível integrar especialistas oriundos de 21 Estados brasileiros e mais 22 países, com um recorde de 600 participantes. Em 2006, o IX ECOTOX foi promovido pela EESC/USP, IQSC/USP e UFSCar, na cidade de São Pedro (SP), e o X ECOTOX ocorreu em 2008 na cidade de Bento Gonçalves (RS), organizado pela UFRGS, ECOTOX Análise e Consultoria Ambiental e FEPAM. Ambos mantiveram a tradição de alto nível dos eventos, com um público de aproximadamente 500 participantes. A XI edição do ECOTOX, promovida pela UNIVALI, ocorreu na Praia de Bombinhas (SC), com um novo público recorde de 619 participantes, em que foi discutida a participação da Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia como um capítulo regional da SETAC LA, posteriormente oficializada pelos sócios em assembleia, no ano de 2011.
O XII ECOTOX foi realizado em Porto de Galinhas (PE), com o apoio da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e a ECOTOX-BRASIL. Neste evento registrou-se a participação de quase 800 inscritos, sendo que foram apresentados 857 trabalhos científicos, dos quais 86 oralmente e 771 no formato painel. Durante o XII ECOTOX, representantes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) e a APLYSIA Soluções Ambientais, levaram a proposta de sediar o XIII ECOTOX, o qual foi realizado em Guarapari (ES), em setembro de 2014, com a participação de 735 congressistas e 730 resumos aprovados. O XIV ECOTOX aconteceu em setembro de 2016, nas dependências da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e teve como realizadores a Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a Universidade Positivo (UP). Este evento contou com a participação de 974 congressistas, sendo 944 do Brasil (com representação de 25 estados brasileiros) e 30 de outros países, e teve 748 trabalhos apresentados nas categorias oral (25%) e pôster (75%).
O XV ECOTOX, foi realizado em Aracaju (SE), no período de 1 a 4 de setembro de 2018, tendo como realizador a Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia, com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Universidade Tiradentes (UNIT). Nessa última edição participaram 688 congressistas, 470 resumos foram aprovados, e novamente, 25% deles apresentados na modalidade oral e 75% na categoria pôster. Devido a pandemia do coronavírus, não pudemos seguir a tradição de realizar o evento bianual, não tendo, com isso, a edição de 2020 que seria realizada em Gramado-RS. No entanto, com a motivação maior de não ficar mais um ano sem o evento, a Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia decidiu fazer um evento remoto em 2021. Com isso, o XVI ECOTOX foi em formato integralmente online, tendo como realizador a Ecotox-BRASIL, com o apoio da UFSM, UFRGS, FURG, PUCRS, UFPA e NIVA (Oslo, Noruega) com o tema “A Contribuição da Ecotoxicologia para as metas da Agenda 2030”. O ECOTOX 2021 contou com a participação de 932 congressistas, sendo 912 do Brasil e 20 congressistas de outros países, conforme apresentado na Figura 2. A maior parte dos congressistas brasileiros eram das regiões Sudeste (44%) e Sul (29%). Os participantes internacionais foram da América do Sul (Argentina, Chile e Peru), América do Norte (Estados Unidos) e Europa (França, Finlândia, Noruega e Portugal). A maior parte dos congressistas é do Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. No total, 24 estados, mais o Distrito Federal, foram representados no XVI ECOTOX. Quanto à categoria dos congressistas, 346 foram registrados como estudantes de pós-graduação e os demais como profissionais (317) e graduandos (269), o que significa que mais de 66% dos participantes eram estudantes (Figura 4), característica comum dos eventos da Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia.
Ainda, durante a Assembleia Geral dos associados realizada durante o XVI ECOTOX, foi escolhida a sede do XVII ECOTOX. Duas propostas foram apresentadas (São Paulo e Belém) e, após ampla discussão, os associados votaram por unanimidade pela candidatura de Belém, com objetivo claro de descentralizar o evento e fortalecer a discussão na área da Ecotoxicologia na região Norte. Das 16 edições, apenas em 3 ocasiões o evento foi realizado fora do eixo Sul-Sudeste, mas em nenhuma delas a sede foi na região Norte. Por sugestão da SETAC-LA, a entidade latino-americana a qual a Ecotox-Brasil é afiliada, o XVII ECOTOX foi agendado para o ano de 2024, uma vez que 2023 foi realizado o 15° Encontro Bianual da SETAC-LA, em Montevideo. Consequentemente, os eventos promovidos pela Ecotox-Brasil retomaram a realização em anos alternados (anos pares).